Mangue Sociológico: dezembro 2010

Nesta manhã (13) foi aberta oficialmente, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), a I Jornada de Sociologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), que traz como temática central “Dilemas e contradições do desenvolvimento: territorialidades e movimentos sociais em perspectivas”. A solenidade de abertura contou com a participação expressiva de professores e alunos das Ciências Sociais.

O propósito da Jornada é discutir temas relacionados ao Maranhão contemporâneo e, ao mesmo tempo, dar destaque à produção de conhecimentos sobre Territorialidade, Identidade, Gênero e Movimentos Sociais, assim como perceber a contribuição dos agentes sociais envolvidos nestas temáticas.

A mesa de abertura foi composta pelas professoras Vívian Sabóia, Rosirene Lima, Cynthia Martins; pela diretora do curso de Ciências Sociais, Vera Lúcia Bezerra dos Santos; e pelo chefe de Departamento do referido curso, José Antônio Ribeiro de Carvalho.

A diretora Vera Lúcia Bezerra dos Santos, na oportunidade, destacou que evento representa um campo propício para o debate de temas atuais de interesse das Ciências Sociais. “A Jornada significa um ponto de partida para se discutir e socializar a produção acadêmica do curso e, por extensão permite também a troca de experiências entre professores e alunos”, afirmou.

O professor José Antônio Carvalho foi enfático, ao afirmar que, o evento representa “uma iniciativa de compartilhamento da produção intelectual da área, por meio da reflexão das experiências científicas desenvolvidas pelos acadêmicos, sob orientação dos professores do curso”, ressaltou.

Houve ainda nessa manhã, a palestra intitulada “Interpretando o Maranhão Contemporâneo: políticas públicas, lutas sociais e produção de conhecimentos”, ministrada pelo Profº. Dr. Alfredo Wagner Berno de Almeida, da Universidade Federal do Amazonas.

O professor Alfredo de Almeida fez uma abordagem sobre o Maranhão contemporâneo considerando o estado como uma situação social e, na oportunidade, esclareceu que a pesquisa é um elemento essencial para se ministrar o conhecimento. Segundo o professor, o Maranhão como uma situação social pode ser analisado em categorias diversas, tais como: consciência ambiental profunda; novas identidades coletivas; raízes profundas; fatores étnico-raciais; políticas de identidades e políticas de reconhecimento.

“O Maranhão contemporâneo sob a perspectiva do conceito de micropoder pode ser entendido em três dimensões: a econômica, a política e a produção intelectual. A dimensão econômica mostra um estado aparentemente moderno, já a dimensão política traz a tona um Maranhão atrasado, ainda dominado por elites políticas conservadoras, enquanto que a produção intelectual representa a resistência, a luta contra o poder estabelecido. É importante ainda perceber que essas dimensões se mantêm correlacionadas”, explicou.

Aconteceu também o lançamento do livro “Memória, Mediação e Campesinato – as representações de uma liderança sobre as lutas camponesas da Pré-Amazônia Maranhense”, de autoria de Helciane de Fátima breu Araújo, professora do Centro de Estudos Superiores de Santa Inês (Cessin). Nesta obra a autora faz uso da história de vida como técnica de pesquisa, para uma análise sociológica das representações da liderança camponesa, Manoel da Conceição, sobre a sua trajetória de vida e a história política do Maranhão. A liderança camponesa Manoel da Conceição marcou presença na ocasião do lançamento.

As atividades da Jornada seguem até a próxima quarta-feira (15).